Um dos hospitais com maior credibilidade do estado, gozando de grande prestígio entre a população, é o Hospital Aldenora Belo – muito conhecido também como hospital do câncer – da Fundação Jorge Dino. O tratamento dessa terrível doença é caro e especializado. Os doentes, principalmente os mais pobres ou desprovidos de maiores recursos, encontram no hospital todo o apoio para se tratarem. Ou seja, é um serviço de relevância social indiscutível, prestado com dedicação e entrega por todos os que dirigem ou trabalham no hospital.
O poder público no Maranhão só tem dois hospitais especializados nesse tratamento: um em Imperatriz e outro em São Luís. O de Imperatriz é bem maior e mais completo. Ambos foram instalados no meu governo. Entretanto, o de Imperatriz já passou por dificuldades no governo de Roseana Sarney.
Todo esse mérito do Aldenora Belo, nome que homenageia a esposa do governador Newton Belo, grande mulher que desenvolveu extenso trabalho em benefício das pessoas mais necessitadas, não servia para demover o governo das hostilidades contra o hospital. Estavam determinados a parar de ajudar não renovando convênios, que sempre existiram, repassando recursos para que o hospital pudesse continuar a exercer seu grande trabalho.
Roseana simplesmente cortou os recursos para o hospital e se recusava a dialogar com os médicos e a direção da casa de saúde, mesmo sob um clamor ensurdecedor de toda a sociedade. A grande revolta pelo que estava acontecendo não amolecia os corações da gestão da filha de Sarney. Parece que a população teria que fazer quotas mensais, como propôs o brilhante jornalista Rogerio Silva em seu programa da rádio São Luís. A ideia era que cada um desse R$1,00 todo mês para suprir o hospital de recursos imprescindíveis a seu funcionamento.
Porém, na semana passada o governo capitulou. O hospital foi salvo, porque na alienação do governo, que vive em outro mundo – um mundo particular em que o povo não entra – Roseana queria limpar a barra do nome da família e resolveu contratar a escola de samba Beija Flor do Rio de Janeiro, importante escola do carnaval carioca, para, sob o pretexto de homenagear os 400 anos de fundação de São Luís, patrocinar a escola repassando a exorbitante quantia de R$8 milhões, como foi divulgado pelos jornais da cidade.
Com efeito, a comparação seria inevitável entre a ação de negar dinheiro para tratar doentes de câncer e esbanjar dinheiro com a escola de samba do Rio.
Os marqueteiros de Roseana então correram para alertá-la do imenso desgaste que já consumia o governo e que ficaria incontrolável com a diferença de tratamento escandalosa entre o Aldenora Belo e a Beija Flor. E como segurar a Polícia militar sem aumento desde o meu governo, dos professores, da Polícia Civil e de tantas outras categorias profissionais essenciais ao funcionamento do estado com tal afronta?
Fato é que o governo dela mudou o tom e prometeu repassar os recursos ao hospital. O mesmo fato salvou o Grupo Grita e seu fantástico espetáculo da Paixão de Cristo, que agora também tem promessa de recursos.
Que governo é esse? O mesmo em que ela, a governadora, em sua torre de marfim virtual ainda manda dizer que é e será o melhor da vida dela… Engodo! Todos sabem que os outros foram péssimos, mas este é ainda pior…
Roseana Sarney aproveita-se de toda oportunidade que tem para dizer que o Maranhão atravessa uma fase ímpar em sua história de crescimento econômico e que será insuperável. Que a fase de prosperidade é devido ao seu fantástico e diferenciado governo, que é um motor indutor desse crescimento.
Uma gestão que só existe na propaganda. Virtualmente. O Maranhão está estagnado, com problemas seriíssimos na área de educação, de saúde, do emprego e da segurança. Esse mar de rosa é imaginário e só existe no mundo enganoso das mídias do governo.
O problema é que, como tudo que ele afirma é fruto de ficção, desmorona quando são publicadas estatísticas, principalmente sobre o nível de emprego no estado. Na semana passada aconteceu de novo. As estatísticas sobre isso no caso do Maranhão são terríveis.
Vejam o que disseram os jornais: “O desempenho do Maranhão vai na contramão da tendência nacional. Segundo Lupi (ministro do Trabalho), o Brasil teve desaceleração na criação de empregos em março, mas ainda assim, gerou mais de 500 mil empregos no primeiro trimestre”.
Já o Maranhão não. “O estado ficou à frente apenas de Alagoas, que fechou 13.249 vagas de trabalho (-3,41); Pernambuco que fechou o trimestre com 8.340 empregos a menos (-0,61) e a Paraíba com 7.223 empregos a menos.” No trimestre, o Maranhão fechou 2.655 vagas de trabalho. Todos os outros estados do nordeste, além dos citados acima tiveram resultados melhores.
As coisas, no entanto, vêm piorando. No mês de março, a situação se agravou. Vejam os dados do Caged, do Ministério do Trabalho:
“Segundo dados do Caged foram fechados 3.816 postos de trabalho no Maranhão apenas no último terceiro mês do ano. A queda foi de 0,94% em relação a fevereiro, um dos piores desempenhos do país. No nordeste o Maranhão só não foi pior que Alagoas e Pernambuco.”
São Luís, que segundo a governadora, está vivendo enorme impulso em consequência da Refinaria Premium, da fábrica de celulose da Susano e do gás de Capinzal, em 2011 vem tendo os piores resultados do Maranhão com 4.469 postos de trabalho a menos. Ou seja, contradição total.
O mais impressionante é que, segundo o mesmo Caged, desde 2002 (governo dela também) é a primeira vez que o resultado fecha em vermelho no estado. Em maiores detalhes, era vermelho nos governos anteriores dela, depois ficou tudo azul no meu governo e no de Jackson e agora, novamente com ela no comando do estado, volta a ficar vermelho. Será coincidência?
Estatísticas oficiais são o pesadelo desse governo. Desmancham toda a mentirada que a propaganda oficial do estado tenta nos fazer acreditar que correspondem à verdade. Infelizmente, ao invés de estar se desenvolvendo, o Maranhão está é piorando muito.
E tudo isso porque a gestão Roseana não deslancha, não se trabalha e é uma tremenda confusão, cujo resultado é que ninguém se entende. E a governadora, a líder de tudo isso, nem se dá mais ao trabalho de aparecer. Deve estar com a cabeça em outro lugar…
Não há dinheiro para a o Aldenora Belo, tampouco para professores, nem policiais, nem para pagar atendimentos do SUS por Teresina… No entanto, háR$ 45 milhões totalmente disponíveis para dar para Duda Mendonça tentar mostrar que o governo existe. Só pode ser um pesadelo!
Por José Reinaldo
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