A violência nas escolas em Açailândia está se tornando tema recorrente, e correndo risco de banalização. A tempos, relatos impressionantes dessa violência que assola tanto escolas públicas como particulares tem sido comentados e discutidos por educadores e autoridades: vandalismo, agressões fisicas e pancadarias, “bullying”, interferências/invasões de pais, furtos, drogas, armas , etc.
Boa parte das escolas da rede municipal de ensino tornaram-se “áreas de risco”, não só para as Crianças e Adolescentes estudantes, mas também para as direções, o professorado e os/as servidores/as, reféns desse quadro de “emergência social”.
Além de várias ações e projetos que foram desenvolvidos, de ordem estritamente pedagógica, no âmbito da segurança pública, a Polícia Militar do Maranhão implementou dois programas, de atuação escolar: o PROERD e o GEAP, este segundo voltando mais especificamente à questão da segurança nas escolas.
Na sexta-feira a tarde, 1º/04, a Escola Municipal Tânia Leite Santos, do Bairro do Jacu, realizou um encontro, que reuniu dezenas de mães, pais, responsáveis, a direção, professores/as, estudantes e representantes dos Conselhos Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente/COMUCAA e Tutelar/CONTUA, para discutir sobre a situação de violência, em suas múltiplas formas, que a Escola vem vivendo neste ano 2011.
A gestora professora Geane resumiu que neste ano já aconteceu de tudo: furtos, brigas e agressões entre estudantes contra professores e servidores, vandalismo e destruição de patrimônio, “bullying” e ameaças, drogas, armas... E que estava “pedindo socorro”, pois a situação chegara ao limite...
Os representantes dos Conselhos COMUCAA e CONTUA trataram do assunto do ponto de vista do ECA/Estatuto da Criança e do Adolescente, pautando pelo direito mas também pelos deveres relacionados à educação, as obrigações pertinentes aos pais e responsáveis e ao estado/governo, a questão infracional, o trabalho...
O CONTUA deixou muito bem claro que agressões, vandalismo, violência, drogas, armas, fruto, cometidos por Adolescente (mais de doze anos completos) é assunto policial/judicial, e a Escola não pode se omitir de forma alguma, sob risco de impunidade e estímulo a mais violência. Nas situações envolvendo estudantes com menos de doze anos de idade, Crianças, o caso deve ser imediatamente encaminhado ao Conselho Tutelar, para as devidas providências, de responsabilização e tratamento.
Professores/as também se manifestaram, externando não só sua preocupação com o quadro atual da violência no ambiente escolar, mas também sua indignação pelas agressões que vem sofrendo.
Algumas mãe e alguns pais colocaram suas opiniões, a maioria deixando claro que praticamente “perderam o controle”. Um pai de aluno, no entanto, chegou a ser publicamente advertido: ele demonstrava fortemente uso de álcool... A questão do trabalho e da falta de opções aos adolescentes(“... a lei, o Conselho, não deixa meu filho trabalhar...” e “ ...as autoridades estão omissas, nossos filhos estão por aí sujeitos às drogas e à criminalidade, e daí?...” foram dois dos assuntos mais abordados.
Foi consenso a fragilidade das famílias na educação de seus filhos, e esta é uma das causas principais que levam Crianças e Adolescentes à violência: “os exemplos ( ou a falta de exemplos) que vem de casa, que vem da família...”.
Por Eduardo Hirata
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