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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Primeiro trimestre de 2011 registra 143 assassinatos na Grande São Luís

Número foi igual ao do mesmo período de 2010
Dos crimes deste ano 97 tiveram uso de arma de fogo
Levantamentos feitos junto ao livro de ocorrências do Instituto Médico Legal (IML) mostraram que nos três primeiros meses deste ano houve o registro de 143 assassinatos na região metropolitana de São Luís, incluindo homicídios e latrocínios (roubo seguido de morte), mesmo número de mortes do primeiro trimestre de 2010. Um dado que chamou atenção durante a apuração foi a quantidade de pessoas vítimas de armas de fogo, um total de 97, contra 34 de armas brancas e 12 por outros meios, quando o crime é cometido com uso de pau, pedra, por espancamento, estrangulamento ou agressão.
Nos três municípios da Grande Ilha houve o registro de assassinatos, mas os bairros de maior número de mortes são da capital, ficando o Coroadinho em primeiro lugar com nove ocorrências, seguido do São Raimundo e Liberdade, com seis cada um. Logo atrás vieram Maiobão e Cidade Olímpica, com cinco; e Aurora, Sá Viana, Jardim Tropical e Maracanã, com três.
Das 143 pessoas mortas, nesses três meses, 138 são do sexo masculino, sendo dez adolescentes, um homossexual e pelo menos dois idosos. O número de mulheres mortas totalizou cinco, todas de maior idade.
Três policiais militares estão entre as vítimas de homicídio contabilizadas no primeiro trimestre de 2011, sendo um a cada mês. As ocorrências foram registradas no Maiobão, com a morte do PM Francinaldo dos Santos, 38 anos, em janeiro; no Sá Viana, onde morreu Marinaldo Santos da Silva, que era lotado na CPTUR, 38 anos, em fevereiro; e no Anil, em março, quando foi assassinado o militar José Francisco Assis Moraes, 44 anos.
O trimestre foi marcado pelo assassinato de sete ex-presidiários e de três criminosos; estes últimos foram mortos durante confronto com policiais militares: Ronilson de Jesus Ramos, 38 anos, na Vila Isabel Cafeteira, em fevereiro; Wessiton Cruz Vieira, conhecido como “Pichona”, 25 anos, na Vila Isabel Cafeteira; e Marcos Vinícius Fonseca, 20 anos, na Divineia – ambos no mês de março. Nas Unidades prisionais foram registradas duas mortes, a de Antônio Ismael da Conceição, 30 anos, na CCPJ do Anil, com mais de 25 chuçadas; e a de Josué Salazar de Sousa, na Penitenciária de Pedrinhas – casos ocorridos no mês de fevereiro.
Janeiro – O mês de janeiro registrou um total de 54 assassinatos, número superior ao de 2010 quando houve 51 homicídios. Das 54 mortes, 38 foram praticadas com armas de fogo, dez com armas brancas e seis por outros meios. Entre as vítimas, 45 foram homens, três eram mulheres e seis adolescentes.
Os crimes foram praticados em regiões distintas da Ilha, não tendo um bairro com maior número de mortes, a maioria totalizou dois crimes, como o São Francisco, Sá Viana, Mocajituba/Maioba, Vila Vicente Fialho, Maracanã, Bairro de Fátima, São Raimundo, Santo Antônio, Vila Flamengo, Vila Brasil, Coroadinho e Maiobão. O Bairro da Liberdade, que sempre figura como um dos mais violentos, apareceu com apenas um homicídio.
Em janeiro, três crimes tiveram destaque na imprensa. A morte de Paulo de Tarso Colins Silva, 22 anos, vítima de arma de fogo em frente à rodoviária, na Avenida dos Franceses; a de Carlos Fernando Madeira da Costa, conhecido como “Aquático”, 22 anos, assassinado em plena luz do dia, às 12h, no Jardim América; e a de José Wilson Rodrigues da Costa, o “Urso”, 33 anos, morto dentro de sua própria casa, também ao meio-dia, na Vila Magril – área da Santa Bárbara.
Fevereiro – Neste mês, houve o registro de 38 assassinatos, três a menos do mesmo período de 2010. Em fevereiro, 21 pessoas foram mortas com armas de fogo, 14 com armas brancas e três pelo uso de outros meios. Todas as vítimas eram do sexo masculino, sendo três adolescentes e um idoso.
O bairro mais violento deste mês foi o Coroadinho com quatro mortes, seguido pela Aurora e Cidade Olímpica, cada um com dois homicídios. A Liberdade voltou a registrar apenas um assassinato.
Entre os crimes que tiveram destaque está o que vitimou João Batista de Sousa, 41 anos, executado na manhã de um sábado, próximo à feira da Cidade Olímpica com três tiros na cabeça. Ele era presidente da União de Moradores do Residencial José Reinaldo Tavares. Outro caso foi o de José de Ribamar Lopes de Amorim, 58 anos, assassinado pelo seu próprio irmão, Raimundo Lopes de Amorim, 65 anos, em Paço do Lumiar; e ainda a morte do idoso Ocindo Costa Gonçalves, 72 anos, vítima de arma de fogo no Conjunto São Raimundo – o crime foi motivado por ciúmes, pois o autor seria namorado de uma mulher com a qual a vítima também havia mantido um relacionamento.
Março – O mês de março foi marcado por 51 homicídios, número igual ao registrado em 2010. Das 51 mortes, 38 tiveram o emprego de armas de fogo, dez de armas brancas e três por outros meios. Das vítimas, 49 eram homens, sendo um adolescente, e apenas duas mulheres.
A Liberdade apareceu com o bairro mais violento, com a ocorrência de quatro homicídios. Em segundo lugar, ficaram empatados com três mortes a Cidade Operária, São Cristóvão, São Raimundo e Coroadinho.
Em março, nove crimes mereceram destaque nos meios de comunicação, sendo quatro com características de execução. Marco Antônio de Castro Zaqueu, 33 anos, teve o pescoço cortado na Cidade Operária; os ex-presidiários Jefferson Tadeu dos Santos, 24 anos, e Hamilton Silva Lindoso, 26 anos, foram executados a tiros em frente à Boate Marrocos, no São Cristóvão; o vigilante Ronaldo Fernando Ferreira, 37 anos, foi morto a tiros quando trabalhava, na Vila Maranhão; Damázio Santos Belfort Filho, 33 anos, foi alvo de disparos em plena luz do dia, no São Cristóvão; Raimunda de Assis da Conceição, 42 anos, morreu vítima de 11 golpes de faca, desferidos pelo seu marido, Edjane Mota, na Cidade Operária; o ex-presidiário Robson Galvão Lindoso, 28 anos, executado com dois tiros na cabeça, na Praia do Meio/Araçagi; Benedito Guimarães Carvalho, 48 anos, também morreu com características de execução, em seu bar, na Cohab/Anil; e Kelisson Wanderson Santos Barbosa, conhecido como “Pichichito”, 15 anos, morto quando tentava assaltar um comércio no Santo Antônio.
Dos crimes, apenas as mortes de Marco Antônio Zaqueu e de Raimunda de Assis tiveram a autoria definida, mas o autor deste último continua em liberdade. Os outros sete continuam sendo investigados pela polícia, não tendo ainda suas autorias e nem as motivações apontadas.
POR WELLINGTON RABELLO

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