Dados do Ministério da Saúde apontam que o Estado do Maranhão vive o maior surto de dengue dos últimos anos. No primeiro trimestre de 2011 houve um aumento de 459% do número de casos da doença registrados no Estado em comparação com igual período do ano passado. Na capital, São Luís, já foram registrados 707 casos da doença até abril, número 731,7% maior que no ano passado.
Mas a pequena Anajatuba, distante 130 quilômetros da capital e com apenas 23 mil habitantes, destoa deste quadro. A cidade não tem registros de casos de dengue há quase quatro anos. As últimas notificações ocorreram em julho de 2007.
O município tem apenas 11 agentes para combater a doença, duas motos e não conta com veículo próprio de borrifação de veneno contra o mosquito Aedes aegypti, o conhecido “fumacê”. A rede hospitalar de Anajatuba tem apenas uma unidade mista, uma de atenção básica e quatro postos de saúde.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Anajatuba, no primeiro semestre de 2007 foram registrados os últimos 12 casos da doença na cidade de que sem tem notícia. Ainda assim, conforme a Secretaria Municipal de Saúde, foram notificações importadas de outras cidades próximas como Itapecuru-Mirim, a cerca de 40 quilômetros de Anajatuba. “Temos o vetor (o mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti) e alguns focos, mas não temos o vírus”, afirma o prefeito Nilton Lima (PV).
O secretário de Saúde de Anajatuba, Antônio Basílio, diz que existem dois aspectos que ajudaram a cidade a ter um desempenho desses no trabalho de combate à dengue. O primeiro: não há substituição dos agentes de saúde desde 2005 e eles tem uma forte colaboração dos moradores no trabalho de eliminação das larvas do mosquito Aedes aegypti.
A eliminação dos focos ocorre exclusivamente pelo trabalho dos agentes de endemias. “Mesmo se tivermos uma larva de muriçoca, nós eliminamos essa larva. Na dúvida, preferimos eliminar a larva. Até porque não há um prejuízo para o meio ambiente”, afirma. “Os agentes conhecem cada morador. Existe uma confiança entre eles. Isso também facilita o trabalho”, complementou.
O outro aspecto apontado como primordial nesse desempenho é o isolamento de Anajatuba em relação a outras cidades. Ela fica a 25 quilômetros da BR-135 e, de Anajatuba, não existem acessos a outras cidades. “Quem entra na estrada que dá acesso à Anajatuba vai para a cidade. Ou seja, apenas moradores e gente que trabalha por lá fazem esse caminho. Por isso, é pequena a possibilidade de que a doença se espalhe”, declarou.
Nesse ano, apesar do surto de dengue no Maranhão, a cidade ainda não precisou fazer a borrifação de veneno. E, se precisasse, teria que pegar um carro emprestado de Itapecuru-Mirim
Central de Notícias
Com informações do IG
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