* Principal plano para tirar o Brasil da miséria também precisa levar em consideração as desigualdades de gênero e raça e o investimento para políticas sociais voltadas para a população mais jovem.
Nos últimos anos cerca de 28 milhões de pessoas saíram da pobreza absoluta no Brasil.
Um dos motivos é que há uma pobreza tão pobre que dificilmente é alcançada pela ação do Estado/governos.
São pessoas desamparadas que não conseguem ter acesso a serviços essenciais como água, luz, educação, saúde e moradia.
O “Plano Brasil Sem Miséria”, lançado recentemente pelo Governo Federal, foi criado com o intuito de atender essas pessoas.
O maior foco do plano é a extensão do “programa Bolsa Família”, principal política utilizada pelo governo anterior para conter a pobreza.
O governo pretende identificar e inscrever os que precisam e ainda não recebem essa renda.
Além disso, quer ajudar quem já recebe a buscar outras formas de renda e melhorar suas condições de vida.
A sociedade civil organizada teve a oportunidade de conhecer, com antecedência, os objetivos da proposta e debater sobre o assunto.
Para Eliana Graça, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), “não basta o governo utilizar uma política de transferência de renda, é necessário que seja considerada as questões das desigualdades, principalmente, as de gênero e raça”, enfatizou.
De acordo com José Antonio Moroni, membro do colegiado de gestão do Inesc, o programa é uma forma de divulgar ao brasileiro a situação de miséria no País.
“A grande contribuição desse programa do combate à miséria é justamente você chamar a atenção da sociedade brasileira que no Brasil existem brasileiros e brasileiras que vivem na extrema miséria”, concluiu Moroni.
Realidade das Crianças e Adolescentes
Entre os dados levantados sobre a temática, uma informação que chama atenção é a faixa etária dos que estão na miséria.
De acordo com o censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as informações referentes às faixas etárias apontam para a necessidade de políticas sociais voltadas para a população mais jovem: metade dos que vivem na extrema pobreza tem até 19 anos de idade, cerca de 51%.
As crianças até 14 anos representam uma faixa de quatro em cada dez indivíduos em extrema pobreza no Brasil, em torno de 40%.
"Estes dados nos revelam o quanto as populações mais jovens são afetadas pelas desigualdades e como a prioridade absoluta não tem sido observada pelos gestores públicos.
“A miséria só é superada com o alcance real da condição de cidadania, que depende do conjunto articulado de direitos efetivados de forma exemplar”, afirma Márcia Acioli, assessora política do Inesc.
(Com informações do INESC)
· Em Açailândia do Maranhão, uma das maneiras de constatar essa realidade, é anotar a imensa quantidade de Crianças e Adolescentes em situações de trabalho, nas ruas e “casas de famílias”.
· São Crianças “empurradas” precocemente no “mercado de trabalho”, para contribuir no sustento da casa e da família, e de si próprio/a (a justificativa é a de que “ele/ela precisa ter seu próprio dinheirinho prá suas despesas, aprender a ter responsabilidade desde cedo...).
· Com isso, Crianças e Adolescentes perdem na escola, são prejudicadas em sua formação social, quando não ( o que ocorre na maioria das vezes) vítimas de agressões, abusos, maus-tratos, violência...
· Acabar com a miséria e a fome, até 2015, é um dos compromissos assumidos pelo Brasil, dentro dos “ODM-Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, das Nações Unidas.
· Açailândia, apesar da maior renda per capita e um dos três maiores PIB/Produto Interno Bruto entre os municípios do Maranhão, apontada pela revista “Veja” como uma das futuras vinte metrópoles regionais brasileiras, dificilmente cumprirá com esse compromisso: a pobreza (miséria mesmo...) ainda é muito grande, seja na área urbana sobretudo nas “periferias e pontas de rua” como na área rural...
· E ainda há fome em Açailândia, o que é um absurdo social, político e econômico, no município que tem o maior rebanho bovino e dezenas de assentamentos, além de comércio e serviços muito “fortes”, o pólo industrial do Pequiá (siderúrgicas guseiras), e inserida no corredor de Carajás, maior e mais rica província mineral do mundo, território da onipotente Vale...
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